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24/06/2008

16 Responsabilidade



Meu pai é meu herói. Mais do que isso, é um super-herói. Um super-herói tricolor. Meu pai criou três tricolores saudáveis – porque tricolor nunca é “doente”. Claro que minha mãe também nos criou, e como, em todos os aspectos, mas na matéria “Educação Futebolística”, graças a Deus prevaleceu a voz paterna (não pela minha mãe, mas pelos irmãos dela, todos do lado negro). Meu pai nos levava – e ainda nos leva, se bem que hoje acho que quem leva ele somos nós – ao Maracanã desde antes de aprendermos a falar ou andar direito. Éramos “três pirralhos e um louco”, todo domingo, a caminho do maior do mundo. Com direito a lanche rápido antes, no Lê Bon Jus (ou, mais tarde, na época da Barra, nós passamos a comer no Maraca mesmo, pra economizar tempo), e, se tudo desse certo, um bom lanche ou jantar na churrascaria depois. Se tudo desse certo – porque, se não desse, a fome passava, tomada pelo rancor e o ódio, e o destino era “pra casa”, sem uma palavra pelo caminho. Eram as ‘umas horas’ mais azedas do universo.

Meu pai criou três apaixonados pelo Fluminense, e só o que ele fez foi nos apresentar à magia desse clube. O resto veio sozinho. As alegrias, os sofrimentos (muitos sofrimentos e algumas alegrias), nos fizeram ser as pessoas que somos hoje: verdadeiros tricolores de coração. Quem ama venera, alcança, supera – já diria o sambista.

Hoje eu sinto o peso dessa responsabilidade. Estou a milhares de quilômetros de casa, torrei parte da suada economia, pedi uma semana de férias... tudo pelo nosso Fluminense. E não estou aqui sozinho. Há os camaradas tricolores que aqui também estão, mas não é deles que estou falando. Estou falando do “espírito coletivo do 43”.

Estou falando do super-herói tricolor. Da irmã que virou a mais apaixonada de todas. Do irmão que, por uma ironia do destino, vai ver uma semifinal de Eurocopa mas estará com a cabeça do outro lado do mundo, em Quito. Da mulher que aprendeu a amar o clube que eu amo, porque passou a entender sozinha que esse amor é inexplicável e soberano. Da mãe que tantas patadas levou nas voltas de Maracanã nos domingos a noite, quando perguntava inocentemente “e aí, quanto foi o jogo?”. Dos amigos do trabalho, companheiros de Abrace e Arquibar, que jogo sim jogo também estão lá.

O tênis do Seu Carlos, o casaco do Marcelo, o cadeado que peguei da minha mãe, a ABRACE representando os camaradas da Top, a aliança com “Beta” gravada, o carregador que peguei da Thaíssa (não dava pra mostrar a máquina...)


Vocês todos estão aqui comigo. Amanha, quando entrarmos em campo, seremos milhares de vozes e espíritos juntos como uma única e gigante força tricolor.

Amanhã é nosso dia. O dia do jogo mais difícil do mundo. Durmam hoje com isso em mente. Acordem amanha e saibam que estarão diante de uma pagina dourada da história. Da nossa história.

Vamos Fluzão. Vamos ganhar.

Saudações Tricolores.



Fábio Sá - Fluminense

23/06/2008



É galera... nessas minhas férias de futebol brasileiro, nesse meu retiro espiritual, só vejo bombas quando o assunto o meu time...

Acho que preciso voltar logo. Dois jogos comigo fora, uma derrota e um empate. Eleicão que não se resolve, Felipe vem ou não vem.

Vascão, to longe mas to de olho!

Aqui na Suíca, com a economia nada a favor para nós brasileiros me sinto como se fizesse parte de uma classe menos favorecida, que no Brasil atende pelo nome de framengo.

Eu sou mais um que só entro na internet quando vou ao McDonald's, e pior, garrafinhas pet vazias de 600ml valem 2 euros nos bares. Aqui sou um catador de lata, digo, garrafa para trocar por algumas moedas. Esta sendo um estudo antropologico e, principalmente, um ensinamento. Mais do que nunca sei dos valores que é torcer para um time.

Acesso a internet no McDonald's, só na Suíca!!! Ruma a Austria.

Gustavo Pessôa - Vasco (em qualquer lugar do mundo)

18/06/2008

3 O silêncio que precede o esporro



Falta exatamente uma semana. O silêncio tomou conta do Rio de Janeiro. A espera parece não ter fim. A hora não passa, o ponteiro do meu relógio parece estar com preguiça. Angústia, ansiedade, concentração, foco. Esse é o retrato do tricolor durante todos esses dias de espera.

Já perdi a conta dos dias, das semanas... Parece que se passaram anos desde a vitória contra o Boca. Mas a hora da batalha final vai chegar. Em breve estaremos dentro do campo de batalha, no frio, na altitude contra tudo e contra todos. E no calor, no Caldeirão Tricolor, com 80 mil apaixonados Tricolores.

O resto do Rio está vivendo essa mesma expectativa. Nas padarias, nos canis e embaixo dos viadutos da cidade não se ouve barulho.

No dia 02 de junho só um lado terá motivos para fazer barulho. Que seja o lado tricolor!

Victor Machado - Fluminense

15/06/2008

2 Cabanãs neles!



Mais uma vez o carrasco é o nosso ídolo Cabanãs. Na zaga do Brasil, Júlio Cesar e Juan. Cabanãs deitou e rolou, chutou na trave, no travessão, fez gol e comandou o Paraguai contra o Brasil e a zaga criada na gávea. Vai ser carrasco assim lá nas Laranjeiras!



Victor Machado - Fluminense

13/06/2008

1 O jogo mais difícil do mundo



Faltam 12 dias para o jogo mais difícil do Fluminense na Libertadores. Engana-se quem acha que os confrontos contra os poderosíssimos São Paulo e Boca Juniors foram o clímax desta competição. Foram verdadeiras batalhas, sofridas epopéias futebolísticas, mas que não nos proporcionaram nada, a não ser a passagem para uma fase ainda mais dura, ainda mais sofrida, ainda mais difícil – o derradeiro enfrentamento pela conquista da América.

Nada nunca veio de graça para o Fluminense. Nada nunca nos foi dado, tudo o que temos foi conquistado, e com muito suor. E desta vez não será diferente. Nossa campanha é impecável: líder do Grupo da Morte, maior pontuador, eliminou o escolado SPFC, eliminou o atual campeão e favoritíssimo Boca. Mas só entrará para a história se a seriedade e a dedicação que nos trouxeram até aqui continuarem a ser as palavras de ordem até o apito final do segundo jogo da final, no Maracanã.


Por que tudo isso?

Não é um puxão de orelha, nem nada. Não acho que o time nem a torcida estejam pensando diferente de mim. Pelo menos não a grande maioria. Mas esse foco e essa consciência de responsabilidade têm que ser, em algum momento, externalizados, verbalizados – têm que deixar de ser parte de um inconsciente-coletivo-tricolor para tornarem-se uma cartilha-explícita-e-colada-na-parede-tricolor. E esse momento é agora, desde já, há menos de duas semanas para o jogo mais difícil das vidas desses jogadores e das nossas.

E o que significa isso? Significa jogar sério demais desde agora (e não tomar um gol ridículo no último minuto de jogo contra o Santos). Significa se preocupar única e exclusivamente com Quito ao invés de fazer planos para Yokohama (desculpa, seu Carlos – mas não foi só você, fique tranqüilo). Significa mandar praquele lugar todo molambo que vier falar que vai ser muito legal ver o Thiago Silva marcando o Cristiano Ronaldo.

Cristiano Ronaldo é o cacete! Vai ser difícil demais marcar os caras da LDU, que chegou à final com total mérito e não está lá de brincadeira. Que, para estar lá, eliminou o América (que eliminou o Santos e o Mal) e o San Lorenzo (que eliminou o River). Vai ser difícil jogar no estádio deles com 45mil caras contra, na altitude. Vai ser difícil segurar um meio-de-campo habilidoso, um ala direito que é a revelação da competição e uma dupla de atacantes que não perdoa se a zaga vacilar. E, Deus me livre, mas vai ser difícil buscar o resultado no Maraca, caso haja um resultado adverso lá. Temos que subir a montanha para jogar contra eles de igual pra igual, e com o objetivo de ganhar o jogo lá.

Medo? É bom ter, sim, nem que seja um pouco. Porque, como eu já disse antes, a dose certa do medo nos faz entrar ligados, fortes, unidos, como fizemos em TODOS os jogos à vera até agora. Tivemos medo do Adriano, e nos dois segundos que ele teve livre, fez dois gols – mas foi só, e fomos gigantes para superá-los. Tivemos medo de Riquelme, Palácio e Palermo, e isso nos fez marcar os caras como eles nunca foram marcados na vida. Agora é a hora de ter medo do Guerrón, do Vaca e do Manso – para que Thiago Silva, Luiz Alberto, Ygor, Cícero, Arouca, e todos saibam exatamente o que vem por aí.

Faltam 12 dias. Parece que faltam 12 meses. Essa paralisação é um saco, porque desvia o foco. Mas daqui a pouco faltarão 12 horas. E logo menos estaremos em campo para o jogo mais difícil e mais importante dessa Libertadores. A melhor forma de aproveitar o tempo e de demonstrar todo o respeito pela instituição “Final da Libertadores” é treinar como nunca treinaram antes; jogar no Brasileiro como se fosse a Libertadores*; ir ao Maracanã torcer os 90 minutos; e ter a torcida focada 200% do tempo no jogo lá em Quito.

A vitória não virá ao nosso encontro; nós vamos ter que ir até lá buscá-la na marra. Como sempre.

Saudações Tricolores

*Observação: uma pequena dose de nostalgia. No colégio tínhamos uma equipe de futsal boa demais, fruto do trabalho de longo prazo dos treinadores (Fernando e Beto). Eu lembro que eles falavam que nosso comportamento nos treinos seria refletido em quadra, na hora da verdade. Que levar o treino de finalização na sacanagem, tentando um drible a mais ou o gol mais bonito, significaria não ter a frieza e a automatização da conclusão na hora que pintasse aquele lance único pra resolver o jogo. Isso pra mim é muito verdade. E fica como lição: ou o time titular continua treinando e passa a jogar o Brasileiro a sério, dividindo todas as bolas, correndo e chutando como se fosse um jogo decisivo, ligado até o apito final, ou vai desacostumar o corpo e a mente à seriedade necessária à Final. Concentração! Agora é a nossa hora!

Saudações Tricolores, de novo (nunca é demais).
Fábio Sá - Fluminense

08/06/2008

6 Não tem mais bobo


Brasil perde pra Venezuela pela primeira vez na história, Fluminense campeão da Libertadores... sinceramente, não entendo mais nada de futebol!!!

Vou até tirar férias do blog!

Esse mês as atualizações serão mais raras, mas sempre que puder terá uma foto minha com a camisa do Vasco em algum lugar das minhas férias!!!

Sei que o blog vai acabar virando um Fla x Flu, uma vez que só eu escrevo pro Vasco e botafoguenses continuam em extinção, mas confio nos meus amigos que poderão arrumar um vascaíno pra substituir durante esse mês, MAS EU VOLTO!!!



Atualizando:

Brincadeira, Bicho!
Garfando a gente de novo... reclamar de juiz é a justificativa mais fácil que existe, mas o jogo desse domingo contra o Cruzeiro foi brincadeira. Confesso que minha atenção não era 100% no jogo, eu estava jantando com a minha namorada e o jogo parecia estar muito fraquinho, um ou outro lance de perigo me chamavam a atenção, mas um lance só me fez dar graças ao bom Deus por não ter perdido 2h com esse esporte tão injusto.

Morais não vem jogando nada (por acaso é corpo mole? Será que está negociado com algum time da Europa? Não duvido de nada), Edmundo e Leandro não recebem nenhum passe redondo, a zaga é uma mãe e tudo mundo sabe e o juiz ainda ajuda.

Euricão, nos seus bons tempos essas coisas não aconteciam não!!!

Gustavo Pessôa - Vasco

05/06/2008

24 Perto do sonho: faltam 2



Não tenho muito pra falar sobre o jogo. Vocês todos viram. Os Tricolores sofreram, cantaram, gritaram e mais uma vez acreditaram até o último minuto. Sorrimos. Os mulambos (sim, todo o resto estava secando mesmo!) sofreram, cantaram, gritaram e acharam que o jogo estava ganho aos 17 minutos do segundo tempo. Choraram.

http://www.ole.clarin.com/notas/2008/06/05/copalibertadores/01687588.html

O meu pai tem falado comigo que eu preciso me acalmar: “Desse jeito você vai acabar passando mal. Precisa ficar mais calmo...”. Realmente, lá em casa eu sempre fui o mais “tranqüilo” de todos. Antes do jogo do ontem, eu estava me sentindo mal mesmo. Dificuldade de respirar, dor no peito.

Quando fui dormir, estava mais aliviado. Não tem nada ganho, faltam dois jogos e eu sou muito pé no chão. Mas eu senti um pouco de sensação de dever cumprido.

Durante os últimos 10 meses, me senti na obrigação de torcer por mim e pelo meu irmão que está na França. Me senti na obrigação de entregar o Flu pra ele nas finais da Libertadores.

Renan, ontem encontrei o Betinho depois do jogo e ele falou: “Eu só vou na final se o Renan vier. Nós quatro (ele, você, eu e nosso pai) sofremos juntos, nunca deixamos de acreditar que nosso dia chegaria, mesmo quando estávamos na terceira divisão. Temos que estar juntos”.

Seu ingresso está reservado. Venha nos ajudar! A festa nunca será completa sem você. Parabéns, essa vaga é sua!

(na íntegra o e-mail que enviei pra ele antes do jogo de ontem)
“Fala Tricolor!

Hoje é nosso dia! Hoje é dia de Fluminense!

Sei que está sendo fooooda pra você. Você merecia estar aqui com a gente, mas o destino quis que você estivesse aí, com uma experiência fooooda de vida que você conquistou com seus méritos. Ao mesmo tempo, sei que você vibra com a gente em cada gol, em cada vitória. Seja forte, não pense “que injustiça o Fluminense estar assim justo quando estou longe”, porque o que é seu está guardado!

Sua força será fundamental para nossa vitória. Durma, sonhe, acredite e quando acordar, tenha certeza que estaremos te ligando com mais uma boa notícia. Estarei pensando em você durante os noventa minutos!

Saudações Tricolores!”

Victor Machado - Fluminense

04/06/2008

11 Provações – ou “Vai dar Fluminense”


(OBS: leiam o post do Victor abaixo – a sinceridade do texto e o vídeo são imperdíveis)

O Fluminense foi campeão da Copa do Brasil do ano passado com um grupo desacreditado. Quase caiu dentro do Maracanã pro ABC. Resolveu jogos importantes fora de casa, calando a Fonte Nova e a Arena da Baixada. Foi campeão com um time questionado, mas que sempre acreditou em si e, mesmo quando todos davam como certa a permanência da taça em Floripa, nós fomos lá buscá-la (Obrigado, Roger! Obrigado Marcelo! Obrigado Thaissa!). E, junto com a taça, veio o bilhete para a Libertadores.

O Fluminense acreditou no grupo. Trouxe as peças necessárias para disputar uma competição com um grau de exigência maior. Vieram Washington, Dodô, Conca, Gabriel, Luiz Alberto, Ygor. Permaneceram no grupo, firmes e fortes, FH, Thiago Silva, Junior César, Arouca, Thiago Neves (que era banco na Copa do Brasil), Cícero, e o Roger, não podemos esquecer do Roger. E ficaram os comandantes, o de campo – Renato – e o de fora de campo – Branco.

E veio a Libertadores. E com ela, uma série interminável de provações.

FLUMINENSE CAI NO “GRUPO DA MORTE” E VAI ENFRENTAR O CAMPEÃO PARAGUAIO, O CAMPEÃO EQUATORIANO E O CAMPEÃO DA COPA SULAMERICANA.
Esqueceram que o Fluminense também era campeão, Campeão do Brasil, e jogou como tal.

Jogo a jogo, fomos derrubando mitos e mostrando ao continente quem é o Fluminense.

Nossos primeiros 45 minutos foram intermináveis – a bola voando na altitude, passes de 3 metros errados, o meia-direita da LDU partindo freneticamente pra cima do Junior César (bravo Junior César), FH começando a dar mostras de que incorporara São Castilho. No segundo tempo fomos bem, e o susto passou. 0x0 fora, bom começo.

FLUMINENSE PEGA O PRIMEIRO DESAFIO DE VERDADE: UM TIME ARGENTINO. Os rivais lembraram do Ferrocaril, mas provamos que a história agora é outra. Com exibição de gala, mas sempre com seriedade, buscando o gol, fizemos uma partida memorável diante de um Maraca exultante.

FLUMINENSE ENCARA O CAMPEÃO PARAGUAIO FORA DE CASA: AGORA É PRA VALER. Pois foi, e Washington mostrou duas vezes em 90 minutos que o Fluminense é grande lá dentro também. E depois, no Maracanã, fez o dever de casa.

Eis que veio a primeira derrota. E logo para um argentino, o mesmo que nos assistira jogar no Rio. Um jogo péssimo, desleixado, sem vontade, com nosso 10 sendo expulso. Desconfiança: será que o time tem maturidade suficiente para seguir em frente? O grupo e a torcida nunca duvidaram.

AGORA VALE O PRIMEIRO LUGAR: TIRA-TEIMA CONTRA A LDU. E Cícero foi ao terceiro andar liquidar qualquer pretensão rival – o primeiro lugar é nosso.

MATA-MATA, “AGORA COMEÇOU A LIBERTADORES”. O FLUMINENSE VAI PEGAR O TIME COLOMBIANO QUE DEU UM CANSAÇO NO SÃO PAULO. E ganhamos lá, com um petardo certeiro do Conca, grande Conca! Mas aí veio o jogo morno em casa (salve Roger!) e tentaram nos colocar a pulga atrás da orelha de novo. Não, obrigado.

AGORA É PRA VALER: FLUMINENSE ENCARA O GRANDE CAMPEÃO SÃO PAULO NO MORUMBI LOTADO. Gol deles com menos da metade do primeiro tempo. Torcida deles entoa “...tricolor vai golear...”. Vai nada. Pegamos no jogo, Conca deixou seu cartão de visitas, e um empate lá não teria sido injusto. E, apesar do 1x0 contra, foram os bravos 4 mil que falaram mais alto que a grande maioria são-paulina. Tricolor? Só o verdadeiro. Na saída pro vestiário, os jogadores levantaram suas cabeças ao ouvirem, mais alto do que qualquer outro som naquela noite, o prenúncio da torcida tricolor: “Vamos virar Nense!”

ADRIANO VOLTA À SELEÇÃO. E aí o Dunga deu moral logo pro melhor jogador deles, às vésperas do jogo. E meus amigos são-paulinos (sim, porque afinal de contas, moro em São Paulo) assinavam seus e-mails com “Abraços, Semifinalista”. E não foram poucos os que já imaginavam a beleza de um Boca x São Paulo. Mas esqueceram de perguntar o que o Fluminense achava. E nós não achamos nada, nós fomos lá buscar. Nada nunca veio de graça e não seria agora. Dodô fez o gol mais bonito da sua vida num chute mal dado. E Thiago Neves pegou a bola com as mãos, sem ninguém ver, e colocou na cabeça do Coração Valente Guerreiro Tricolor, que subiu um metro acima de três torres e nos devolveu a alegria de viver. O mundo ficou suspenso pelo alívio e pelo prazer, mas só por uma fração de segundo. Logo voltamos as atenções ao próximo monstro.

FLUMINENSE ENCARA O BOCA JUNIORS EM DUELO HISTÓRICO. E logo vieram as ‘frases de incentivo’: “o Boca é diferente, na Argentina é massacre, não tem Bombonera mas os caras vão aloprar assim mesmo”. E veio o gol deles, logo aos 11 de jogo, logo numa trama anunciada entre os três craques do time. O time desmoronou? Não. De um Thiago pra outro, gol do melhor zagueiro do Brasil. E o Fluminense dava as suas caras em plena Buenos Aires. E a torcida tricolor, 2 mil trilhões de vozes, soava alto em plena Avellaneda, e me fazia cantar junto, empurrando o time, invejoso por não poder estar lá, mas feliz por estar tão bem representado. A pressão veio e então o garoto de Bauru, tricolor por opção, decidiu que dali em diante se tornaria o melhor goleiro do Brasil. Os argentinos ainda não sabem, mas viram ali a guinada na carreira do futuro camisa 1 da seleção. Numa mão que não foi mão, o 10 deles fez o que sabe fazer melhor. E nós, o que fizemos? Fomos pra cima deles, e por pouco Washington não empata num voleio, fuzilando o goleiro, que gastou toda a sua sorte naquele lance. E então o nosso 10 mostrou que também sabe fazer o que lhe cabe. Empate lá, quem imaginaria? Pois, digo eu, a torcida tricolor imaginaria, porque acredita no time.

O BOCA JUNIORS GOSTA DE RESOLVER FORA DE CASA. “Fizeram isso contra o Atlas, não viram?”

Eis aí mais uma provação em nosso caminho. Não será a primeira, e, se Papai do Céu ajudar, não será também a última. Eles são fortes? Têm mística, história, algumas Libertadores na conta? Sim pra isso tudo. Mas esse Fluminense, esse grupo, essa torcida, essa força sobrenatural inexplicável, tem a seu favor a si mesmos, a paixão que nos une como um único ser, um ser nascido antes do nada, planejado pelo Homem lá de cima para ser a nossa referência maior nesse mundo terreno. Acima de tudo e de todos, sempre.

Como diria o mestre, “Tricolores do céu e da terra, uni-vos”. Precisamos de todos nós juntos, numa mesma vibração, numa mesma voz, um único e indestrutível guerreiro, abençoado por (João de) Deus. O monstro está ferido, mas (ainda) não derrotado – precisamos de todas as nossas forças para cortar de vez a sua cabeça.

Agora é a hora. A hora de jogar tudo, de entrar em campo com 80.011 jogadores, mais os que estarão lá de espírito, assistindo de casa, do bar, de outra cidade (ajuda a gente de novo, primo ‘pé-de-galo’), de outro país (vambora Renan), de outro mundo (contamos com vocês, dona Helena, seu Lúcio, mestre Nelson, Mário Lago...) – entremos em campo com todos os que amam o Flu estejam onde estiverem.

Vai dar Fluminense. Vai dar Fluminense. Vai dar Fluminense!
Saudações Tricolores

Fábio Sá - Fluminense

03/06/2008

4 Orgulho de ser Tricolor!



Está difícil pensar em outra coisa. Não durmo direito, o coração bate acelerado, não dá mais pra controlar a ansiedade. Só penso em uma frase: “Pois quem espera sempre alcança”.

E nós esperamos. Nunca deixamos de acreditar. A minha geração e nossos pais sabem bem disso. A fila até o gol de barriga em 95, a angústia do final dos anos 90, o gol de cabeça do Antônio Carlos, a épica vitória com o gol do Washington há duas semanas, são alguns exemplos de uma paixão inexplicável. Um amor eterno. O orgulho de ser Tricolor!

Não parem de pensar no Fluminense nem um segundo. Descansem, sonhem, acordem e quando saírem de suas casas para trabalhar estejam preparados para mais uma batalha. É sempre muito difícil, porém jamais impossível.

Amanhã é dia de entrar pra história! Vamos torcer, gritar, cantar e, principalmente, acreditar até o último segundo!



Victor Machado - Fluminense