Aquele Carioca de 2008
Fernando Lima -Flamengo
Ao contrário do que estão pensando, não vou escrever sobre o Carioca de 2001, com o gol do Pet. Esse jogo em particular é inesquecível para qualquer flamenguista, então acho que não vale escrever sobre ele aqui, pois todo mundo já conhece a história.
O Flamengo passeou na Taça Guanabara. Tirando a derrota pro fluminense (que, não sei porque, o Sá comemora mais do que eu comemoro o título), quando o Flamengo já estava classificado e lançou um time todo reserva, todos os jogos da primeira fase foram tranquilos. O time fez o dever de casa e ganhou de todos os pequenos. Mas eu lembro com carinho do jogo com o flu por uma cena raríssima. Quando acabou a luz no Maracanã e a chuva caía bizarramente, Raça e Jovem se juntaram e ficaram cantando juntas. Inesquecível!

Na final, um jogo tenso, contra o botafogo. Esse, pra mim, foi o jogo mais emocionante do Flamengo em 2008. Eu tinha bebido pra chuchu e sempre fico no primeiro degrau da arquibancada amarela, no setor 40. Com uns 20 minutos de jogo, me deu uma vontade sinistra de mijar, e um amigo meu me avisou: “Moleque, se tu sair agora tu não vai conseguir voltar”. Mas a vontade de mijar era maior. Fui pro banheiro e nesse momento o Flamengo tomou o gol. Como a torcida do fogão é enorme, nem ouvi o barulho da comemoração. Quando voltei, o 0x1 era uma novidade pra mim. Como fui avisado, não consegui mais entrar de volta pra arquibancada. Passei o resto do primeiro tempo em pé, em cima do corrimão do túnel de subida pra arquibancada, tomando uma cerveja e assistindo o jogo no telão, que era a única coisa que eu enxergava.
Terminado o primeiro tempo, mijei de novo e voltei pro meu lugar. No segundo tempo começou a chover muito. Quem me conhece sabe que eu sempre vou pro Maraca de chinelo. Quando saiu o primeiro gol do Flamengo, de pênalti, escorreguei e caí comemorando o gol. Depois disso, tirei o chinelo e “guardei” ele entre duas cadeiras amarelas. Novamente, quando parecia que o jogo ia pros pênaltis, o Flamengo tirou uma bola da área. A bola foi pro Angelim na esquerda, que lançou o Kleberson na direita, já no campo de ataque. O Kleberson deu a bola pro Leo Moura, que tirou um cara e tocou pro Tardelli. Na moral, aquela bola flutuou. Pareceu uma eternidade até ela bater na rede. Quando bateu, loucura total no Maraca. Eu, doidão, descalço, tomando chuva o segundo tempo inteiro. Valeu muito a pena. Não tinha jeito melhor daquele jogo acabar, até porque pouco tempo depois proibiram a cerveja no Maraca.
Na Taça Rio, o Flamengo não quis muita idéia e se ligou mais na Libertadores. Novamente enfrentaríamos o botafogo na final.

Por ter vivido o dia a dia do Clube durante toda a competição, coisa que sempre sonhei, pelo gol do Tardelli na final da Taça Guanabara (que foi melhor do que os jogos finais) e por ter sido o último Campeonato Carioca com cerveja dentro do Maracanã, elejo o campeonato de 2008 como meu Carioca inesquecível. Lembrando que o de 2001 não conta.
4 comentários:
Crééééééééééééééééu!!!
Confesso que tenho memória fraca para lances futebolisticos que nao envolvem meu time... mas que eu me lembre, rolou uma robalheira nesse carioca né???
O Obina realmente é iluminado.
Foi nele que bateu o chute do Cabañas antes de entrar e mudar o placar pra 3x0.
Se você não reparou, repare. O Vasco tirou duas das oito estrelas de seu uniforme. Agora são seis. Quatro representam os títulos brasileiros. Duas, as conquistas da Libertadores de 1998 e da Copa dos Campeões Sul-Americanos de 1948.
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