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19/01/2009

4 Aquele Carioca de...


Aquele Carioca de 2008
Fernando Lima -Flamengo

Ao contrário do que estão pensando, não vou escrever sobre o Carioca de 2001, com o gol do Pet. Esse jogo em particular é inesquecível para qualquer flamenguista, então acho que não vale escrever sobre ele aqui, pois todo mundo já conhece a história.

Então, vou falar sobre o último Carioca. Apesar da decepção 3 dias depois de conquistarmos o Campeonato, guardo ótimas lembranças do Carioca de 2008. Foi um dos campeonatos que vivi mais intensamente. Tive a oportunidade que poucos torcedores têm. Vivi o dia a dia do Clube desde o primeiro jogo até a finalíssima. Via treinos de perto, falava com os jogadores, cheguei até a descer da arquibancada e ir pro vestiário depois de uma goleada de 5x1 sobre o Duque de Caxias, onde o time jogou muito. Assisti jogos da cadeira azul, arquibancada, cadeira especial e camarote.

O Flamengo passeou na Taça Guanabara. Tirando a derrota pro fluminense (que, não sei porque, o Sá comemora mais do que eu comemoro o título), quando o Flamengo já estava classificado e lançou um time todo reserva, todos os jogos da primeira fase foram tranquilos. O time fez o dever de casa e ganhou de todos os pequenos. Mas eu lembro com carinho do jogo com o flu por uma cena raríssima. Quando acabou a luz no Maracanã e a chuva caía bizarramente, Raça e Jovem se juntaram e ficaram cantando juntas. Inesquecível!
Na semifinal da Taça GB, o vasco abriu o placar com o Allan Kardec, que ficou todo serelepe. O capita empatou e no início do segundo tempo o Edmundo perdeu um pênalti (novidade). Quando eu já achava que o jogo ia pros pênaltis, o Angelim deu uma cabeçada meio estranha, que bateu na trave, quicou na linha e pegou um efeito pra dentro do gol.



Na final, um jogo tenso, contra o botafogo. Esse, pra mim, foi o jogo mais emocionante do Flamengo em 2008. Eu tinha bebido pra chuchu e sempre fico no primeiro degrau da arquibancada amarela, no setor 40. Com uns 20 minutos de jogo, me deu uma vontade sinistra de mijar, e um amigo meu me avisou: “Moleque, se tu sair agora tu não vai conseguir voltar”. Mas a vontade de mijar era maior. Fui pro banheiro e nesse momento o Flamengo tomou o gol. Como a torcida do fogão é enorme, nem ouvi o barulho da comemoração. Quando voltei, o 0x1 era uma novidade pra mim. Como fui avisado, não consegui mais entrar de volta pra arquibancada. Passei o resto do primeiro tempo em pé, em cima do corrimão do túnel de subida pra arquibancada, tomando uma cerveja e assistindo o jogo no telão, que era a única coisa que eu enxergava.

Terminado o primeiro tempo, mijei de novo e voltei pro meu lugar. No segundo tempo começou a chover muito. Quem me conhece sabe que eu sempre vou pro Maraca de chinelo. Quando saiu o primeiro gol do Flamengo, de pênalti, escorreguei e caí comemorando o gol. Depois disso, tirei o chinelo e “guardei” ele entre duas cadeiras amarelas. Novamente, quando parecia que o jogo ia pros pênaltis, o Flamengo tirou uma bola da área. A bola foi pro Angelim na esquerda, que lançou o Kleberson na direita, já no campo de ataque. O Kleberson deu a bola pro Leo Moura, que tirou um cara e tocou pro Tardelli. Na moral, aquela bola flutuou. Pareceu uma eternidade até ela bater na rede. Quando bateu, loucura total no Maraca. Eu, doidão, descalço, tomando chuva o segundo tempo inteiro. Valeu muito a pena. Não tinha jeito melhor daquele jogo acabar, até porque pouco tempo depois proibiram a cerveja no Maraca.

Na Taça Rio, o Flamengo não quis muita idéia e se ligou mais na Libertadores. Novamente enfrentaríamos o botafogo na final.

Eu não consigo trabalhar em dias de jogo do Flamengo. Em semana de final, também não. Fico nervoso, não consigo pensar em muita coisa, só consigo torcer pros dias da semana passarem bem rápido. Na semana do primeiro jogo, falaram muito que o Flamengo tinha que aproveitar os diversos desfalques do botafogo, porque no segundo jogo o Flamengo jogaria cansado da Libertadores e contra um time melhor que ele. No primeiro jogo, “só” 1x0. No segundo, Burno engoliu um frangaço e fomos pro intervalo com 0x1. Logo no início do segundo tempo, Obina empatou (nesse momento o Flamengo jogava com 4 atacantes: Souza, Obina, Tardelli e Marcinho). Depois, Tardelli decidiu com um gol e uma arrancada no final do jogo pra presentear o Obina com o terceiro gol. Mais uma vez o botafogo saiu chorando do estádio e querendo tomar o posto de sempre vice do meu Mengão.



Por ter vivido o dia a dia do Clube durante toda a competição, coisa que sempre sonhei, pelo gol do Tardelli na final da Taça Guanabara (que foi melhor do que os jogos finais) e por ter sido o último Campeonato Carioca com cerveja dentro do Maracanã, elejo o campeonato de 2008 como meu Carioca inesquecível. Lembrando que o de 2001 não conta.

4 comentários:

Fábio Sá disse...

Crééééééééééééééééu!!!

Gustavo Pessôa disse...

Confesso que tenho memória fraca para lances futebolisticos que nao envolvem meu time... mas que eu me lembre, rolou uma robalheira nesse carioca né???

Anônimo disse...

O Obina realmente é iluminado.

Foi nele que bateu o chute do Cabañas antes de entrar e mudar o placar pra 3x0.

Anônimo disse...

Se você não reparou, repare. O Vasco tirou duas das oito estrelas de seu uniforme. Agora são seis. Quatro representam os títulos brasileiros. Duas, as conquistas da Libertadores de 1998 e da Copa dos Campeões Sul-Americanos de 1948.