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21/07/2008

4 Parabéns


Hoje, dia 21 de julho, é meu segundo aniversário. Espero, ao longo da minha vida, ter mais alguns aniversários em datas diferentes, como quando meus filhos nascerem. Mas, por enquanto, são só esses: dia 13 de janeiro e dia 21 de julho.

Há 106 anos uma meia dúzia de caras criou um clube. Mal sabiam eles que estavam criando algo mais. Uma entidade que transcende, e muito, os limites geográficos da Álvaro Chaves com a Pinheiro Machado. Que está presente nas vidas dos tricolores mesmo antes deles saberem disso. Uma entidade “com a vocação para a eternidade”.

Hoje eu comemoro um pedaço da minha vida. Um pedaço grande, enorme. O que seria eu sem o Fluminense?

Sem minhas tardes de domingo? Sem meus cultos religiosos no templo sagrado do maior do mundo? Sem os sucos corridos no Lê Bom Jus (Seu Carlos tinha que correr pra abrir o estádio) ou as refeições de cachorro-quente Geneal com Matte Leão? Sem a tensão das saídas de clássicos na época dos arrastões? Sem as subidas e descidas das rampas lado-a-lado com os rivais, muitas vezes festivas, muitas outras vezes de cabeça inchada? Sem a pretensão de achar, no iniciozinho da adolescência, que eu era o cara mais valente do estádio, chamando toda a torcida rival pra porrada – quem nunca cantou bem alto o “vem pra porrada, vem”? Sem as amarguíssimas segundas-feiras de colégio depois de uma final perdida? Sem a incomparável delícia da vitória, o prazer de sentir-se acima de todos, invejado, admirado, odiado? Ser odiado faz parte do prazer de ser o melhor – quem nunca foi odiado não teve o prazer completo da vitória.

Sem, acima de tudo, a alegria maior de compartilhar “um sentimento verde-branco-e-grená” com seus amigos para toda a vida – aqueles que Papai do Céu te deu de presente? Sem nunca saber o que é “estar sem precisar estar” no alto do 43?

Sem o Fluminense, eu não seria eu. Eu não existiria. Eu seria outra pessoa. Eu seria ninguém, ou nem isso.

Quero isso, essa “paixão que vem de dentro”, para o meu filho Miguel, que ainda nem sabe que existe, mas já sabe que é tricolor. Quero isso para minha filha (que ainda não sei o nome, já que é Dona Beta quem vai escolher, afinal trato é trato), mas que também já é uma tricolor fanática. Quero isso para Heleninha, minha sobrinha linda que o médico jura que ouviu gritar “Nense!” (e "Galo!" também, mas antes foi "Nense!") na última ultra-sonografia, pelo menos foi o que ouvi dizer.

Parabéns, Fluminense.

“Há tantos anos juntos na vitória ou na derrota – mas a certeza é que eu nunca vou te abandonar”. Ou será que é você quem nunca me abandonará?

Obrigado por tudo.

Saudações Tricolores

Fábio Sá – Fluminense

4 comentários:

Fernando Lima disse...

Belo texto, muito legal e tal. Destaco essa passagem: "Sem as amarguíssimas segundas-feiras de colégio depois de uma final perdida?"

Quantas segundas-feiras depois de uma final vocês acham que o Sá teve no colégio?

Fábio Sá disse...

Liminha, anota aí: 91, 93 e 94.

Uma pra sujeira, duas pra portugal.

Mas a barrigada de 95, depois de toda a falação em torno do centenário, valeu essas 3 derrotas e mil vezes mais.

"vai flamengo, a taça é nossa no ano do centenário"...

Boa lembrança...

Saudações Tricolores

Anônimo disse...

Manchete do dia:

Flu comemora aniversário na SEGUNDA!

Saí da zona da degola logo, Fluzão!

Fábio Sá disse...

Mudando de assunto...

Não perco mais pro vasquinho.

Não estou comemorando empate, longe disso, nem vou usar a desculpa de termos virado fornecedores da Seleção Brasileira.

Mas a questão é que não perco mais pra portuguinha.

E mais - em dezembro vamos trazer o Morais (de graça) pra ser banco do Thiago Neves, e finalmente realizar o sonho da vida dele, que é ganhar da sujeirada. Pode vir, rapaz, aqui, ganhar da sujeirada é comum. Com "créu" e tudo mais.

Saudações Tricolores